A imagem acima é um detalhe da Revista Veja nº 851, de 26 de dezembro de 1984, na retrospectiva das melhores frases daquele longínquo ano das inesquecíveis diretas que aliás, só ocorreram 6 anos depois, com a eleição de Collor a partir da ajudinha de vocês sabem quem.
Mudando de assunto, as noticias do envolvimento do Secretário Nacional de Justiça com o Paulo Li, suspeito de chefiar a Máfia da Pirataria não poderiam ser mais emblemáticas. Tuma não só é secretário nacional de justiça como também presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria. E tem um amigo que é investigado por suspeita de chefiar a organização criminosa que infesta parte do pais com produtos piratas. Um amigo acusado de trabalhar totalmente fora da lei, cuja fortuna viria da pirataria. Tudo fora da lei. Ou seja, o secretário da justiça e presidente da comissão anti-pirataria é amigo daquele que pode ser o maior criminoso exatamente na matéria que ele combate. Ridículo! É como um rabino ser amigo de Joseph Mengele e dizer que as atividades do médico não são da sua conta.
Isso não é ilegal. Ter um amigo criminoso, desde que você não saiba, não é crime. Se souber, é cumplicidade. Se souber e tentar ajudar, é obstrução da justiça. E eu não sou nenhum jurista. Talvez existam outros “artigos” a serem analisados.
O incrível é que o Paulo Li, quando foi preso, ligou para o “amigo” Tuma Jr, como se ele tivesse alguma coisa a ver com isso ou pudesse fazer alguma coisa a respeito. É um absurdo esse tipo de informação só ser divulgada em doses homeopáticas e não de uma forma transparente, desde o começo. E todo mundo age como se fosse normal. A moral das pessoas está completamente relativizada. A gente está chegando ao ponto de, quando alguem nos acusa de um comportamento impróprio, a primeira reação não é justificar o comportamento, ou esclarecer os fatos: a primeira reação é desmoralizar quem acusa. É relativizar a impropriedade. É se transformar em vítima.
Mas também pode ser uma grande “armadilha” política contra o pobre Tuma Jr. Não descarto essa possibilidade. Eu assisto muitos filmes de espionagem, onde os agentes do mal “plantam” provas contra seus inocentes desafetos. Hollywood me ajuda a tentar entender essas estranhesas inexplicáveis. E também me ensinou que todo bandido que se dá bem no fim do filme vem para o Brasil.
Quem sabe até o nosso personagem apenas se afaste agora, que nem fez o Delúbio Soares, e daqui um ano ou dois volta como Ministro da Justiça na gestão da Dilma, ou talvez como Ministério da Fazenda. Afinal, o Collor foi inocentado e hoje Controla o PAC.
Diga-me com quem andas e eu te direi quem “NÃO ÉS”!