Hugo Chavez dá um livro de presente a Obama

O livro que Hugo Chavez presenteou a Obama durante a Cúpula das Américas é uma explícita provocação, já que Galeano, em seu livro “As Veias Abertas da América Latina” (veja no meu perfil, é um dos meus livros preferidos) propõe que o colonialismo (substituido no século passado pelo imperialismo) é uma das principais causas do atraso social e econômico dos povos americanos em geral.


Antes de continuar quero deixar claro que não concordo com a visão “esquerdista” de Galeano, e muito menos com a posição “bolivariana” de Chavez. Mas acho uma percepção muito interessante essa de que os povos americanos foram explorados pelos colonizadores e isso os manteve social e economicamente atrasados (ou “subdesenvolvidos”, para usar um eufemismo). Infelizmente acho que Galeano, com a miopia própria de todo apaixonado socialista, apenas “arranhou a casca” do problema, pois em todo o Mundo atual, os paises mais ricos em recursos naturais, ou que se encontram em situação geográfica privilegiada, acabam sendo explorados por seus “descobridores” ou por seus “colonizadores” que depredam suas riquesas, expropriam seu futuro e os mantém á mingua, de forma que qualquer coisa que se lhes ofereça, seja considerada uma “ajuda humanitária”.  Isso criou um Mundo cheio de países ricos com nações pobres e exploradas e uma minoria de países pobres (de recursos naturais próprios) com nações ricas e exploradoras.  Minoria mesmo, pois vale lembrar que o Brasil está entre as 10 maiores economias, mas é considerado “em desenvolvimento”.  E aí vem a globalização com a missão de explorar essas nações pobres como mão-de-obra semi-escrava (sim, pois pagar menos do que as pessoas precisam para ter uma vida minimamente aceitável é um tipo de escravidão) e concentrar ainda mais a riqueza.
Espero sinceramente que a divulgação do livro de Galeano, que chegou ao segundo lugar na Amazon depois do presente,  permita que a discussão evolua e permita que cada vez mais as pessoas possam cobrar de seus governantes ações práticas para acabar com essa exploração institucionalizada.

É uma pena que o presente tenha sido dado por Chaves, que não representa de forma alguma o futuro que eu gostaria para as Américas.  Mas isso foi só um começo.  Espero que uma visão mais equilibrada e razoável surja e se consolide com o tempo.

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